RIO DE JANEIRO - O crítico Marcelo Janot mediou o seminário "Cinema Brasileiro: energia que move nossa cultura", no dia 6 de novembro, para celebrar os 30 anos de incentivo da Petrobras ao cinema nacional.

Realizado na Editora Globo, no Rio de Janeiro, e transmitido no YouTube pelo jornal Valor Econômico, o evento contou com a diretora e produtora Carla Camurati, o gerente de Patrocínio Cultural da Petrobras, Milton Bittencourt, e a produtora de cinema e sócia da L.C. Barreto Produções Cinematográficas Paula Barreto.

Primeiro a conversar com Marcelo Janot, Milton Bittencourt relembrou que foi com um filme de Carla Camurati (“Carlota Joaquina, Princesa do Brazil”, em 1995) que se iniciou a parceria da empresa com o cinema brasileiro: "a partir daí isso vem com um resultado muito positivo, pro cinema nacional, pra Petrobras também, de poder estar presente na vida das pessoas, no ponto de vista de marketing. Isso vai se tornando um compromisso ao longo desses 30 anos".

Marcelo Janot lembrou que no mesmo dia 6 de novembro chegou aos cinemas “O Agente Secreto”, do diretor Kleber Mendonça Filho, estrelado pelo ator Wagner Moura e premiado no Festival de Cannes.

"O Carlota acontece num momento muito especial, pois era o primeiro filme de todo mundo, até da Petrobras. Toda a equipe estava fazendo o seu primeiro filme", relembrou Carla Camurati.

Já Paula Barreto comentou a atuação da LC Barreto Produções Cinematográficas, que comemora 62 anos em 2025: "a gente realmente retratou muito o Brasil profundo. A gente fez filmes praticamente em todos os estados. Sem a Petrobras, a gente não conseguiria finalizar o `Deus Ainda é Brasileiro`. Com ele já filmado, a gente o inscreveu em diversos editais, dirigido pelo Cacá Diegues e não ganhou nenhum. Aí, entra a Petrobras pra nos salvar. No caso, a Petrobras colocou um montante que praticamente fez o filme andar ao estágio que ele está hoje. A gente pretende lançar após o segundo semestre do ano que vem".

Na sequência, Milton Bittencourt reforçou como é importante ter um governo que apoie a cultura: "através das leis de incentivo, o valor volta para a sociedade, pela economia criativa e pela economia formal, através dos empregos envolvidos. O patrocínio viabiliza que o filme esteja na rua. Conseguir espaço nos cinemas ainda é um desafio".

Logo depois, Paula Barreto analisou a relação do público jovem com o cinema nacional: "o maior público que frequenta sala de cinema é de 16 a 26 anos. Como trazer ele para o cinema? O público está mais maduro, no sentido de querer algo que fale com você, que faça reflexão e não só comédia".

Caminhando para o final do evento, Carla Camurati pediu a palavra para reforçar a atuação da Petrobras no setor: “a Petrobras tem um papel muito importante na Academia Brasileira de Cinema”. Como lembrou ela, a empresa participou ativamente da criação da instituição, que foi lançada em 20 de maio de 2002, com a finalidade, entre outras, de instituir o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro.

Por fim, Milton Bittencourt analisou o desempenho do “Sessão Vitrine Petrobras”: “é um projeto que a gente já realiza há alguns anos. Ele começou lançando novos filmes, e hoje em dia também conta com restauros, em pelo menos, 20 cidades do Brasil inteiro, garantindo que os filmes fiquem em cartaz, no mínimo, por duas semanas”.

Ao longo de 30 anos, a Petrobras patrocinou mais de 600 filmes, incluindo “Carlota Joaquina, Princesa do Brazil”, “Bicho de Sete Cabeças”, “Pelé Eterno”, “O Que É Isso, Companheiro?” e “O Agente Secreto”. Até 2027, a empresa prevê investir R$ 100 milhões em produção e distribuição de filmes nacionais, festivais, séries e espaços de cinema.

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